Uma religião inovadora: a mensagem do Cristianismo
Foi na Palestina, terra do povo hebreu, mais concretamente na província romana da Judeia, que nasceu Jesus Cristo, no tempo do imperador Octávio César Augusto. Nos livros sagrados dos judeus, os profetas tinham anunciado a vinda de um Messias, que os iria libertar dos seus opressores e impor o verdadeiro Deus ao Universo. Assim, a crença num Messias ( messianismo) apresentava-se como a grande esperança do povo hebraico. Apresentando-se como o Messias prometido pelos profetas, Jesus Cristo pregou uma nova doutrina, fundada no amor ao próximo, na justiça e no perdão. A igualdade entre ricos e pobres, puros e pecadores, governantes e governados constituiu outra inovação do Cristianismo. A maioria dos judeus não reconheceu Jesus Cristo como o Messias. Sendo considerado um incómodo para as autoridades judaicas, por se considerar filho de Deus, Jesus foi preso e entregue ao governador romano Pôncio Pilatos que o mandou crucificar. Os discípulos de Cristo ( apóstolos), após a sua morte, continuaram a anunciar e a pregar a sua mensagem, não se dirigindo apenas às comunidades judaicas, mas a várias regiões do Império Romano.
Condições de propagação do Cristianismo:
Beneficiando da unidade do Império Romano (língua, estradas, leis...), da sua organização económica e administrativa, e da diáspora do povo judeu, o Cristianismo rapidamente se difundiu.
É nos Evangelhos que se encontra a narração da vida, morte e ressurreição de Cristo e os seus ensinamentos, que assentam nos seguintes princípios:
- amor ao próximo (fraternidade);
- esperança na salvação e na vida eterna para todos;
- igualdade entre os homens;
- justiça;
- tolerância;
- paz.
O Cristianismo acabaria por ser uma religião ferozmente perseguida a partir de meados do século I, pois os cristãos, praticantes de uma religião monoteísta, recusavam-se a prestar o culto ao imperador. Só a partir do século IV é que as autoridades romanas decretaram a liberdade religiosa no Império (imperador Constantino, Edito de Milão). Em 380, o imperador Teodósio declarou o Cristianismo religião oficial do Império, proibindo os cultos pagãos (Edito de Salónica).
A afirmação da nova religião
Tendo então inteira liberdade de culto e proteção, o Cristianismo conheceu um período de redefinição da sua doutrina e organizou-se: em cada província havia um arcebispo, em cada diocese ( município) um bispo. O bispo de Roma começou a ganhar cada vez mais autoridade, tornando-se o chefe da igreja cristã — o Papa.