A ARTE EGÍPCIA – UMA ARTE AO SERVIÇO DA
RELIGIÃO
A arte
egípcia manifestou-se, fundamentalmente, na construção de palácios, templos e
túmulos de grande dimensão e está muito ligada ao poder absoluto e divino do
faraó. É uma arte monumental e de inspiração religiosa, revelando gosto pelo
grandioso, pelo duradouro e pelo eterno, sendo as pirâmides o maior exemplo.
Na pintura,
usavam-se cores vivas e as figuras humanas aparecem representadas segundo
determinadas regras (lei da frontalidade): a cabeça e os pés de perfil e o
tronco de frente, ombros em posição simétrica e o olho visível representado de
frente. As paredes interiores das construções egípcias, eram decoradas com
pinturas alusivas aos deuses, a lendas, à vida dos faraós e dos grandes
senhores.
O imobilismo
é outra das particularidades da pintura egípcia, cuja escala (o tamanho das
figuras) correspondia à respectiva importância social, por isso, o faraó era
sempre destacado.
Na escultura
egípcia destaca-se o contraste entre as estátuas colossais, rígidas e sem
expressão dos faraós e as estatuetas de particulares, tais como nobres e
funcionários, as quais apresentavam expressividade e naturalismo de movimentos.
Faraó Tutmés
III
Ao nível da arquitectura, os Egípcios
construíram, sobretudo, palácios, templos e túmulos, ou seja, a residência dos
governantes, a morada dos deuses e o sepulcro dos faraós. Estátuas colossais
(como as de Ramsés II no templo de Abu Simbel) e baixos-relevos, são também
importantes vestígios da arquitectura egípcia.
Os palácios
eram o local onde viviam os faraós e suas famílias e eram os maiores e mais
ricos monumentos não funerários do antigo Egipto. Neles foram encontrados
numerosos tesouros, objectos de cerâmica, vidro, etc., que ilustram a vida
faustosa da realeza egípcia.
Nos templos,
construídos para celebrar o culto aos deuses, os tectos eram suportados por
colunas de pedra inspiradas na Natureza, lembrando palmeiras, papiros e flores
de lótus. As paredes eram decoradas com baixos-relevos, representando cenas
religiosas e épicas.
Templo de Luxor
Os túmulos,
monumentos funerários construídos para guardar os corpos mumificados, em
conjunto com objectos pessoais, mobiliário, etc., tiveram, ao longo dos séculos,
diferentes formas:
. - as mastabas,
túmulo com a forma de um tronco de pirâmide, tinham no interior divisões
decoradas com relevos e estátuas do morto e, no centro, um poço que comunicava
com a câmara funerária, situada no subsolo;
. - as pirâmides de degraus;
. - no 3º
milénio a.C., no Império Novo, surgem as pirâmides de faces lisas - destacam-se
as de Keóps, Kéfren e Miquerinos, localizadas no vale de Gizé, onde se encontra
também a colossal esfinge – a guardiã dos túmulos;
. - no 2º milénio a.C.,
surgem os hipogeus, túmulos escavados na rocha, de forma a tentar evitar os
assaltos que se verificavam aos túmulos dos faraós.
As pirâmides
afunilavam-se em direcção ao céu, como que a indicar o caminho que permitia o
encontro com os deuses e o seu tamanho colossal traduzia os sentimentos de
orgulho e de força dos faraós egípcios.
Os egípcios
desenvolveram, igualmente, as artes decorativas como a joalharia, a olaria e o
mobiliário com o uso de diferentes materiais como o marfim, o vidro e o ouro,
entre outros.
CIÊNCIA E ESCRITA
As ciências
também mereceram a atenção dos Egípcios. Destacaram-se na astronomia, tendo
criado um calendário, dividindo o ano em 365 dias.
A
mumificação e embalsamamento permitiram um melhor conhecimento do corpo humano
e, com isso, o incremento da medicina.
A construção
dos diques e canais levou os Egípcios a aprofundarem a matemática, a geometria e
a agrimensura (medição dos campos).
Os
egípcios desenvolveram, também, um sistema de escrita que começou pela
representação dos objectos (pictográfica), passando, mais tarde, à representação
de ideias (ideográfica). Baseava-se em inúmeros símbolos designados por
hieróglifos, daí chamar-se escrita hieroglífica. Havia ainda dois outros tipos
de escrita: a hierática, utilizada nos documentos oficiais e religiosos, e a
demótica, uma forma mais simples baseada em abreviaturas.
Experimenta
escrever o teu nome com hieróglifos, na seguinte página:
A escrita no
Egipto era uma função de um grupo especializado - os escribas -, sendo a sua
aprendizagem muito morosa. O domínio da arte da escrita conferia aos seus
detentores (os escribas) um importante estatuto social.
Com a
invenção da escrita desenvolveu-se também a literatura: narrativas de proezas de
guerra, contos populares, poemas, e obras de carácter religioso, como o Livro
dos Mortos.