O Egipto foi governado por faraós sob a forma de uma monarquia teocrática. O faraó era o herdeiro dos deuses e ele próprio considerado um “deus vivo”, filho de Rá, deus do Sol. A sua autoridade era sagrada e absoluta, era simultaneamente rei e deus. Era sumo-sacerdote, juiz supremo, chefe dos exércitos e tinha o poder de vida ou de morte sobre os seus súbditos. Era ainda o proprietário da maior parte das terras.
A HIERARQUIA SOCIAL
A sociedade egípcia era uma sociedade estratificada e hierarquizada, formada por vários escalões/estratos sociais, de acordo com as funções, privilégios, poder e riqueza de cada um, organizando-se em dois grandes grupos: os privilegiados e os não privilegiados. A sociedade egípcia pode representar-se como uma pirâmide social:
No cume da pirâmide estava o faraó, o “deus vivo” dos egípcios.
Seguia-se o grupo mais privilegiado da sociedade egípcia, composto pelos sacerdotes, nobres, altos funcionários e familiares do faraó. Era uma minoria rica e poderosa, que recebia dádivas do faraó, nomeadamente terras e outras recompensas. Os sacerdotes ocupavam um lugar especial neste grupo, pois a função religiosa dava-lhes um grande prestígio.
Os escribas contabilizavam as colheitas, cobravam os impostos, asseguravam a conservação dos canais, caminhos e locais de comércio e tinham também um grande prestígio social, pelos cargos que ocupavam e porque dominavam a escrita, o cálculo e as leis.
Os soldados eram um grupo intermédio na sociedade: recebiam, por vezes, dádivas do faraó (terras, por exemplo) e tinham ainda direito ao saque durante as conquistas.
Dos grupos não privilegiados faziam parte os comerciantes,os artífices e os camponeses.
- Os camponeses, que eram a maioria da população (cerca de 90%), tinham uma vida difícil: pagavam pesados impostos ao faraó, aos sacerdotes e aos senhores, tinham de entregar aos donos das terras quase tudo o que produziam e ainda trabalhavam para o Estado nas obras públicas.
- Os comerciantes viviam melhor mas eram controlados pelo Estado.
- Os artesãos estavam dependentes das encomendas dos nobres, do palácio ou do templo.
Na base da pirâmide social estavam os escravos, em geral, prisioneiros de guerra, que não tinham quaisquer direitos e eram forçados ao trabalho. Trabalhavam na exploração mineira, nos campos e por vezes faziam serviços domésticos. Será deles quase todo o trabalho das grandes construções egípcias.
Costuma dizer-se que “o Egito é um dom do Nilo” porque
este rio teve uma grande importância no desenvolvimento da civilização egípcia,
permitindo a prática da agricultura (fertilizando as terras com as cheias
periódicas e permitindo a rega das culturas), da pesca e da caça (caçavam os
animais quando estes iam beber água ao Nilo). O rio foi também uma importante
via de comunicação, transportando pessoas e mercadorias e permitindo portanto a
prática do comércio.
De facto,
a civilização egípcia deve a sua existência ao rio em cujo vale se desenvolve um
oásis, ladeado por dois desertos e que desagua no Mediterrâneo, em forma de
delta.
O Nilo
tinha cheias de Julho a Outubro, devido às chuvas que caíam em Maio nas regiões
tropicais dos grandes lagos africanos, onde este nasce. As águas arrastavam
consigo detritos aluviais que fertilizavam o solo. Quando o rio voltava ao seu
leito normal, as terras eram lavradas e semeadas.
Para melhor aproveitamento das águas, os
egípcios construíram um sistema de canais e
diques.
Assim, a
economia egípcia era, essencialmente, uma economia agrária, pois graças ao rio
Nilo, a agricultura constituía a atividade principal dos egípcios: cultivavam
cereais (trigo, centeio, cevada), linho, vinho, legumes e frutos e colhiam o
papiro, com que fabricavam uma espécie de papel. Outras atividades
económicas do Egito:
Criaçãode
Gado
Criavam bois,
cabras, ovelhas, galinhas. Fornecia alimento e matérias-primas. Ajudavam nos
trabalhos agrícolas.
Artesanato
Muito
desenvolvido e de grande qualidade. Ourivesaria, metalurgia, cerâmica e
tecelagem.
Comércio
Os excedentes
eram utilizados para trocas comerciais, sobretudo, com os povos da Mesopotâmia e
com os Fenícios. Importavam principalmente metais e madeiras. Exportavam
produtos agrícolas e artesanais.
domingo, 21 de outubro de 2012
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