quarta-feira, 20 de março de 2013

O Cristianismo

Uma religião inovadora: a mensagem do Cristianismo
Foi na Palestina, terra do povo hebreu, mais concretamente na província romana da Judeia, que nasceu Jesus Cristo, no tempo do imperador Octávio César Augusto. Nos livros sagrados dos judeus, os profetas tinham anunciado a vinda de um Messias, que os iria libertar dos seus opressores e impor o verdadeiro Deus ao Universo. Assim, a crença num Messias ( messianismo) apresentava-se como a grande esperança do povo hebraico. Apresentando-se como o Messias prometido pelos profetas, Jesus Cristo pregou uma nova doutrina, fundada no amor ao próximo, na justiça e no perdão. A igualdade entre ricos e pobres, puros e pecadores, governantes e governados constituiu outra inovação do Cristianismo. A maioria dos judeus não reconheceu Jesus Cristo como o Messias. Sendo considerado um incómodo para as autoridades judaicas, por se considerar filho de Deus, Jesus foi preso e entregue ao governador romano Pôncio Pilatos que o mandou crucificar. Os discípulos de Cristo ( apóstolos), após a sua morte, continuaram a anunciar e a pregar a sua mensagem, não se dirigindo apenas às comunidades judaicas, mas a várias regiões do Império Romano.
 
 

Condições de propagação do Cristianismo:
Beneficiando da unidade do Império Romano (língua, estradas, leis...), da sua organização económica e administrativa, e da diáspora do povo judeu, o Cristianismo rapidamente se difundiu.

 



É nos Evangelhos que se encontra a narração da vida, morte e ressurreição de Cristo e os seus ensinamentos, que assentam nos seguintes princípios:
  • amor ao próximo (fraternidade);
  • esperança na salvação e na vida eterna para todos;
  • igualdade entre os homens;
  • justiça;
  • tolerância;
  • paz.

O Cristianismo acabaria por ser uma religião ferozmente perseguida a partir de meados do século I, pois os cristãos, praticantes de uma religião monoteísta, recusavam-se a prestar o culto ao imperador. Só a partir do século IV é que as autoridades romanas decretaram a liberdade religiosa no Império (imperador Constantino, Edito de Milão). Em 380, o imperador Teodósio declarou o Cristianismo religião oficial do Império, proibindo os cultos pagãos (Edito de Salónica).

A afirmação da nova religião

Tendo então inteira liberdade de culto e proteção, o Cristianismo conheceu um período de redefinição da sua doutrina e organizou-se: em cada província havia um arcebispo, em cada diocese ( município) um bispo. O bispo de Roma começou a ganhar cada vez mais autoridade, tornando-se o chefe da igreja cristã — o Papa.



Civilização Romana

DIREITO
O direito foi uma das originalidades da civilização romana. Os romanos entenderam que a organização de um Império tão vasto e a integração dos vários povos na sua civilização só seria possível por meio de leis justas; nesse sentido, a lei mais importante foi a concessão da cidadania romana a todos os habitantes do Império.
As leis romanas caracterizam-se pela sua exatidão, firmeza e universalidade.
URBANISMO
Uma das características dos Romanos foi a sua preocupação com o Urbanismo: a distribuição das ruas, praças, monumentos, termas, sistema de esgotos, etc.


CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ARTE ROMANA




INFLUÊNCIAS


ETRUSCOS

CONSTRUÇÃO CIRCULAR

ARQUITECTURA DE ABÓBADAS

AQUEDUTOS


GREGOS

FORNECERAM-LHES MODELOS ARTÍSTICOS, LITERÁRIOS, FILOSÓFICOS E RELIGIOSOS.

OS ROMANOS NA ARQUITECTURA, ESCULTURA SEGUIRAM OS MODELOS GREGOS




0RIGINALIDADES

· Apesar de sofrerem influências os romanos também foram criativos, quer no material utilizado: tijolo, que se generalizou desde que se descobriu que era à prova de fogo, mas sobretudo com a descoberta do cimento e a utilização do mármore para revestir as construções e dava-lhes beleza.

· Na escultura, foram muito influenciados pelos gregos, mas também aí desenvolveram uma forma de escultura que se torna característica do espírito romano: a arte do retrato. É certo que tal forma de arte se iniciara na Grécia com Lisipo, mas o realismo absoluto é próprio dos retratos romanos.

  • Na pintura, os artistas romanos eram atraídos pelas cores e luz, além da perspetiva. Isto confirma o carácter ilusionístico da base pictórica e do mosaico.

CULTOS RELIGIOSOS

Os romanos eram politeístas e a sua religião tinha muitos aspetos em comum com a religião grega: adotaram muitas das divindades gregas, dando-lhes outros nomes, mas mantendo os mesmos atributos.
CULTO FAMILIAR:
O culto dos deuses fazia parte da vida familiar e social dos romanos: a nível doméstico, adoravam os Lares, deuses da família; os Penates, deuses das refeições; e os Manes, almas dos antepassados. O culto a estes deuses era praticado em casa e presidido pelo chefe da família. Na época do Império passaram a prestar culto ao imperador, erigindo-se templos em sua honra.

CULTO PÚBLICO –tinha ao seu serviço um corpo de sacerdotes:

· Os Áugures – interpretavam a vontade dos deuses;

· Os Pontífices – fixavam os ritos e o calendário dos “dias Nefastos”.

· As Vestais, mantinham acesa a chama sagrada

· No período do Império a religião tradicional passou a integrar o CULTO AO IMPERADOR

Economia e Sociedade

UMA ECONOMIA URBANA, COMERCIAL, MONETÁRIA E ESCLAVAGISTA

 
Expansão e domínio do Mediterrâneo:
 
Factores da expansão:
 
· Necessidade de defesa;
 
· Desejo de conquista de poder económico e militar, necessidade de mão-de-obra e interesses económicos.
 
Etapas da expansão:

· Ocupação da Península Itálica, entre 500 a. C. e 270 a. C;

· Conquista de Cartago (Guerras Púnicas), Península Ibérica e Grécia, entre 270 a.C. e 100 a.C;

· Conquista da Costa mediterrâneo de Norte de África e Gália (actual França), entre 100 a. C. e 20 d. C.;

· Conquista da Britânia, Dácia e parte da Ásia Menor, entre 20 d.C. e 220 d.C.;

Todos os territórios à volta do Mar Mediterrâneo pertenciam ao Império Romano, pelo que o designavam de Mare Nostrum (nosso mar): o Mar Mediterrâneo era como se fosse um lago romano.

Com as conquistas os romanos estabeleceram importantes rotas comerciais entre a capital e todas as regiões do Império:

Na Península Ibérica a exploração mineira proporcionou a construção de vias e pontes que facilitavam a deslocação de carros do exército e de mercadores.

Da Sicília e do Egipto chegavam por mar carregamentos de trigo.

Das províncias orientais, tecidos finos, tapetes e artigos de luxo.

De todas as partes do Império eram transportados inúmeros escravos para Roma.

Os produtos chegavam a Itália a baixo preço. O desenvolvimento económico do Império manifestou-se, sobretudo, numa economia urbana, comercial e monetária, que se desenvolveu devido à utilização de mão-de-obra escrava.


A SOCIEDADE IMPERIAL

A sociedade passou a estar organizada em estratos superiores e inferiores:

Estratos Superiores:

· Ordem Senatorial – ocupava os principais cargos da administração e possuíam grandes fortunas.

· Ordem Equestre – os cavaleiros dedicavam-se à administração do Império, ao comércio e aos negócios.

· Ordem dos Decuriões – membros da burguesia municipal que dirigia a vida económica e política das cidades.

Estratos Inferiores:

· Plebe rural – camponeses, pequenos proprietários e assalariados.

· Plebe urbana – artesãos, comerciantes.

· Na base da sociedade: libertos e escravos

PODERES DO IMPERADOR

· Comandante do exército;

· Dirigia a política externae as finanças;

· Controlava a administração pública;

· Chefiava a religião – Pontífice Máximo

· As instituições republicanas – Senado, Comícios e as Magistraturas, continuavam a existir, mas com menos poderes porque passaram a ser controlados pelo Imperador.

Império Romano

Roma limitava-se de início (séc VIII a . C.) a um pequeno território, situado junto às margens do rio Tibre. Depois progressivamente, alargou o seu domínio a toda a Península Itálica. Entre os séculos III a . C. e II d. C., Roma constituiu um vasto império que se estendia desde a Península Ibérica ao rio Eufrates, do Deserto do Sara, à Grã-Bretanha, este império durou até 476 d.C.


A expansão romana demorou séculos e o exército foi o elemento fundamental para essa expansão. O exército romano estava dividido em legiões. A sua disciplina e organização meticulosa permitiu-lhes obter inúmeras vitórias.

O exército foi, igualmente, um importante instrumento para a integração dos povos dominados no Império. Depois das conquistas as legiões permaneciam nas áreas conquistadas, para garantir o domínio romano e manter a paz - pax romana.

A permanência dos soldados, por longas temporadas, nos diferentes pontos do Império, contribuiu para a romanização das populações. Por outro lado, era frequente fundarem-se colónias militares nas províncias: os soldados, no final da carreira (os veteranos) , recebiam terras como recompensa pelos serviços prestados no exército, indo ali instalar-se com as suas famílias (fundação de colónias). Deste modo as colónias tornaram-se autênticos centros da cultura romana.

Para além do exército existiram outros instrumentos de integração dos povos dominados no império: o latim, a rede viária (as estradas), o direito (as leis) e a administração;

 
- o latim, a língua oficial do Império Romano passou a ser falada pela maior parte das populações urbanas;
- uma excelente rede viária que ligava as cidades entre si, sendo continuamente percorridas por soldados, comerciantes e funcionários;
- toda a população do Império, ficou sujeita às leis romanas.
- Construíram numerosos edifícios e monumentos, difundiram a sua legislação, literatura, ciências e técnicas.

- Dotaram o império de uma administração comum, dependente de Roma, isto tinha em vista promover e consolidar a presença romana nos territórios conquistados, fundaram colónias e municípios.



Romanização da Península Ibérica:



A conquista da Península Ibérica ocorreu em 218 a. C.


A Península Ibérica era habitada por diversos povos: Lusitanos, Galaicos, Cónios, Turdetanos, etc.

Formaram-se as Províncias: Lusitânia, Tarraconense e Bética

Tal como nas outras províncias iniciou-se, na Península Ibérica, o processo de Romanização

Ainda hoje existem no território português, inúmeros vestígios da presença e cultura romanas:
 

Língua – do latim deriva a Língua Portuguesa;

Direito – bases do Direito (leis);

Urbanismo – construção de uma rede de estradas e fundação de cidades (Aqua Flaviae - Chaves; Bracara Augusta – Braga; Olisipo – Lisboa; Ossobona - Faro; Pax Júlia – Beja; Conímbriga – Coimbra; Egitânia – Idanha-a-Velha

Arquitectura – a construção de grandes obras públicas: estradas, pontes, aquedutos, teatros, fóruns, termas, etc.